sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Oceanário – um bom exemplo de gestão pública

Antes do mais, a necessária declaração de interesses: para além de pessoalmente admirar o trabalho que a equipa do Oceanário de Lisboa fez desde a sua criação, no âmbito da Expo 98, uma das Empresas a que estou ligado tem desenvolvido alguns projectos de apoio às suas actividades. O Oceanário de Lisboa tem 11 anos e pertence ao universo empresarial da Parque Expo que tem como accionista único o Estado. Em 2008, o Oceanário de Lisboa atingiu um resultado líquido recorde de 1,3 milhões de Euros, para uma facturação global de 10,8 milhões de Euros. Ganha o suficiente para fazer os seus investimentos correntes e ainda liberta dinheiro suficiente para fazer pagamentos ao Estado e ao seu accionistas (por coincidência, também o Estado)! Claro, já imagino os mais cépticos a torcer o nariz dizendo que a história está mal contada e que a Empresa ou especula exageradamente com os preços, ou deve ser gerida por burocratas que apenas se preocupam com o lucro. Não é verdade… Apesar de os preços de tabela serem elevados, o preço médio por bilhete é de apenas €8 (o que ajuda a equilibrar o orçamento são as vendas da loja, como em várias outras atracções de projecção internacional). O Oceanário é gerido por um biólogo marinho; é considerado uma instituição de referência a nível internacional (está nos tops mundiais); tem um contributo significativo de educação no âmbito dos Oceanos; e promove investigação de apoio à sustentabilidade dos Oceanos, entre outras coisas (como, por exemplo, um evento que permite às crianças dormirem no Oceanário e passarem a noite com os peixes). Resta dizer que o Administrador-delegado é um homem do Norte, o que explicará certamente uma parte significativa do sucesso. Num momento em que se põe em causa, de uma forma indiscriminada, gestores públicos e privados e empresas públicas e privadas dá gosto ver uma Empresa gerida desta maneira. A Alice quer acreditar que este não será o único Oásis no deserto!

Sem comentários: