segunda-feira, 31 de agosto de 2009

AdC para quê?

A Alice aguarda serenamente que seja desmentida a notícia avançada pelo Sol na semana passada de que os “Salários na AdC subiram 14% com entrada de Manuel Sebastião”, i.e. entre Março e Dezembro de 2008. Para além disso, os quadros da AdC terão sido reforçados em 7 pessoas. Regista-se, no entanto, que esta subida foi bastante democrática. Não só os quadros dirigentes foram aumentados mais de 20%, mas também houve motoristas e auxiliares administrativos a serem aumentados mais de 70%. Houve um conjunto grande de azarados que “apenas” foram aumentados entre 1% e 2%. Todos estes aumentos terão sido atribuídos já num contexto em que se exigiu ao País mais um esforço de contenção e em que as Empresas expostas a mercados competitivos já sentiam severamente a crise. Empresas essas que decidiram cancelar admissões de pessoal, congelar salários e cortar (ou não distribuir) prémios! De acordo com a mesma notícia, a factura mensal da Adc só em remunerações brutas (excluindo remunerações do CA) ascenderá a cerca de €287.000 mensais. E tudo isto para quê? Qual o valor acrescentado da nossa autoridade da concorrência face aos mecanismos de controlo da concorrência existentes na UE? Quanto é que a AdC permitiu aos consumidores nacionais poupar (sim, porque se existe uma autoridade desta natureza é para defender os consumidores, não é para apenas dar cumprimento a exigências legais de carácter burocrático)? Faz sentido no mundo de hoje falar de concorrência no plano exclusivamente nacional? Quem é que persegue a Microsoft e a obriga a pagar milhões por violar a lei da concorrência? Quem é que obriga as Empresas de telecomunicações a harmonizar os seus tarifários, poupando dezenas de milhões de Euros ao consumidor final? São essas as contas que era preciso fazer: custo da AdC versus poupanças dos consumidores portugueses? A Alice fica a aguardar o desmentido e as contas…

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