segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Dinamização da Actividade Empresarial – Vector iii de v – Internacionalização

Tema da moda e incontornável, quer a nível macro (é sabido que a recuperação económica Portuguesa depende, em grande medida, das exportações), quer a nível micro (as Empresas já se aperceberam que não poderão continuar a depender exclusivamente do mercado nacional para o seu futuro). Muito já tem sido dito e feito à volta deste tema, desde a importância da diplomacia económica à necessidade de ter um sistema de seguro de crédito que funcione. Antes de propor as principais medidas que preconizo gostaria apenas de referir, a título cautelar, que: internacionalizar não é (e não pode ser) só exportar (este será apenas um primeiro passo); e a função do Estado não é fazer grandes escolhas estratégicas sobre os países destino para a internacionalização das Empresas (como foi no passado com o Brasil, com Espanha e, mais recentemente, com Angola); quem internacionaliza (como quem compete) são as Empresas, para umas pode ser bom ir para o Brasil, para outras será Espanha, para outras ainda poderá ser o Cazaquistão! Conhecendo de perto alguns exemplos de internacionalização nacionais, entendo que os dois grandes “handicaps” que as Empresas nacionais têm são o “saber fazer” (i.e. ter capital de conhecimento acumulado de Empresas / Pessoas que já o tenham feito antes) e o “networking” internacional que permite o acesso aos grandes centros de decisão internacional em cada um dos sectores de actividade. As medidas que poderão contribuir para atenuar estes “handicaps” são: (i) Incentivos à aquisição de Empresas no exterior (passar da mera exportação à propriedade de centros de decisão no exterior). Em Espanha, por exemplo, existe a faculdade de amortizar para efeitos fiscais o “goodwill” gerado em aquisições de Empresas o que, durante a última década de grandes operações de F&A internacionais, deu às Empresas Espanholas uma tremenda vantagem competitiva; (ii) aposta na qualificação de quadros em ambiente internacional: cursos complementares em áreas de gestão e científicas (MBAs, Mestrados, Doutoramentos, etc.); (iii) Aposta na atracção de quadros internacionais qualificados: Progama Contacto invertido, ou seja para atrair jovens estrangeiros a estagiar em Portugal em Empresas e Instituições Nacionais; e (iv) Incentivos fiscais à mobilidade dos quadros (para fora e para dentro): taxas de imposto reduzidas para expatriados a trabalhar em Portugal ou para Portugueses a trabalhar fora que queiram regressar a Portugal.

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