terça-feira, 25 de setembro de 2012

CGD na alta finança internacional


Soube hoje pelo jornal Público que vamos perder €50 milhões (de uma exposição total de €122 milhões em risco) em PPPs de auto-estradas na Grécia e em Espanha fruto do envolvimento do Banco Estatal em consórcios internacionais de financiamento.

Já não bastava o desvario nacional com as nossas PPPs (sim, a quota de mercado da CGD no financiamento das concessionárias nacionais é de 10%, a maior claro), ainda temos que ir pagar as dos outros. Só para recordar, quem paga a factura final dos erros e asneiras da CGD somos todos nós.

A isto se somam imparidades sobre crédito (sobretudo imobiliário) na ordem dos €483 milhões. Como eu bem me recordo do discurso destes senhores: "A Caixa só está disposta a financiar com garantias de activos reais ou então com avais pessoais". Agora amanhem-se com os magníficos imóveis... Sempre podem transformar-se em imobiliária...

Não deixemos de fora ainda os €246 milhões em menos valias devidas, quase exclusivamente, a 3 Empresas cotadas: PT, BCP e La Seda. Ainda resquícios de bravatas antigas para controlar o poder económico em Portugal. Mas que diabo, já não passou mais de um ano sobre a mudança de poder? Estas não são Empresas cotadas? Porquê a demora em, pura e simplesmente, vender estas posições? Eu sei, eu sei, custa vender a perder... Mas qualquer investidor em bolsa minimamente informado sabe que "cut the losses" é habitualmente a estratégia mais acertada... Sobretudo para quem não tem dinheiro para aguentar posições (cada vez mais) perdedoras...

Pois é... é triste chegar à conclusão que eu que, como investidor individual, nunca investi em auto-estradas, desde há 3 anos que reduzi o meu investimento em acções praticamente a zero e nem casa própria tenho... Afinal estou altamente investido em todas estas classes de activos... Pago a factura (como todos os Portugueses) das perdas mas suspeito que, se algum dia estas posições especulativas ganhassem dinheiro (pouco provável com as luminárias que têm gerido aquela casa), nunca veria os merecidos proventos do risco assumido.

E, por agora, não vou falar da Cimpor, Fino, Berardo, das perdas em Espanha e no Brasil, e outras que tais, porque o tema dá pano para mangas e não teria aqui espaço suficiente (terei certamente oportunidade de cá voltar).

Alguns entendidos da alta finança argumentarão que é o mercado e que todos os Bancos têm registado muitas perdas e imparidades. O problema é que nem a Caixa é (ou não devia ser) um operador de mercado (outro tema que nos tomaria horas), nem é verdade que é de agora: uma sugestão, não olhem para os Resultados Líquidos históricos, olhem para os aumentos de capital...

Vender 40%? Façam-nos um favor, vendam tudo!

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