sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Revisão Constitucional



A constituição surpreende pela sua modernidade. Recorde-se que foi escrita em 1974 e revista pela última (sétima) vez em 2005. Apesar disso, a Alice faz aqui as suas propostas, cujo objectivo é pugnar por uma Sociedade ainda mais moderna.

O preâmbulo peca por defeito: “… abrir caminho para uma sociedade socialista…” não chega. A Alice propõe acrescentar aqui o desígnio de tornar a Sociedade vegetariana e budista. Por um lado, são sabidas as vantagens de uma dieta forte em vegetais (sobretudo para quem não tem dinheiro para comprar carne nem peixe). Por outro, reduziríamos o consumo (os vegetais são mais baratos) e, a prazo, os custos com a saúde por via de uma povo mais saudável. No que se refere ao Budismo, designadamente na sua vertente Zen, é a melhor disciplina para enfrentar com tranquilidade a desfaçatez da classe política dominante (o dar a outra face do cristianismo não se tem provado eficaz).

O hino nacional (Artigo 11º) tem de ser modernizado. No mínimo, exige-se uma versão Gangnam style de “A Portuguesa”. À cautela, no ponto 3. do mesmo artigo, acrescentaria à língua oficial Portuguesa, a Alemã (em honra de Merkel) e o Mandarim (em honra de Mexia).

O Artigo 13º (Princípio da Igualdade) seria suprimido por completo. Soa demasiado a colégio estrangeiro e isso é muito antiquado…

Alargamento da noção de estado de sítio ou de emergência para incluir qualquer acontecimento em qualquer parte do mundo (Artigo 19º - Suspensão do exercício de direitos). Tal permitiria alcançar o sonho de Manuela Ferreira Leite e suspender, durante o tempo necessário, o exercício dos direitos do povo. Afinal não há dia em que não haja, algures no mundo, uma razão idónea para se decretar estado de sítio ou de emergência (veja-se o recente caso “Sandy” nos EUA)!

No Artigo 20º, número 3, “A lei define e assegura a adequada protecção do segredo de justiça”. Não faz sentido! Há que promover o livre acesso a informação já que o acesso à mesma não pode ser privilégio de uns poucos (os jornais sensacionalistas, p. ex.). A Alice propõe que todos os processos em curso tenham actualizações constantes no Twitter para que o povo possa assistir ao seu curso.

Seria imperativo incluir todo e qualquer Grupo criado no Facebook ou Google + na noção de Associações e Partidos Políticos, plasmada no Artigo 51º. A Alice conhece Grupos nas redes sociais mais (e melhor) frequentados do que as sedes da maioria dos Partidos (excepto quando há eleições, claro, pois aí até vêm camionetas de militantes).

No Artigo 81.º, alínea h), “Eliminar os latifúndios e reordenar o minifúndio” (mais Artigo 94.º e Artigo 95.º) parece à Alice curto como estratégia para a propriedade individual. Que tal introduzir e desenvolver conceitos como os microfúndios, numa óptica articulada com a abertura de caminho para uma sociedade mais vegetariana (toda a malta a cultivar a sua própria horta), ou os marfúndios, muito em voga com a crescente vontade de levar a exploração do mar a uma nova fronteira?

No Artigo 97º 2. c) postula-se que o auxílio do Estado no âmbito agrícola deverá compreender, designadamente, “Apoio à cobertura de riscos resultantes dos acidentes climatéricos e fitopatológicos imprevisíveis ou incontroláveis”. Novamente peca por defeito, há que incluir outros acidentes e patologias de variadíssimas origens e inclinações.

Mais importante do que estas melhorias de somenos importância, todo o conjunto de direitos deveria ser reformulado pois há claramente um desequilíbrio acentuado face às penosas responsabilidades que se exigem ao comum dos cidadãos. Assim, aos direitos: de Resistência (Artigo 21º), à Vida (24º), à Integridade Pessoal (25º), à Liberdade e Segurança (27º), de Deslocação e Emigração (44º), de Reunião e Manifestação (45º), de Sufrágio (49º), de Acesso aos Cargos Públicos (50º), de Petição e de Acção Popular (52º), à Segurança no Emprego (Artigo 53º), ao Trabalho (58º), da Propriedade Privada (62º), à Segurança Social (63º), à Saúde (64º), à Habitação (65º), ao Ambiente e Qualidade de Vida (66º), à Educação (73º), ao Ensino (74º), à Fruição e Criação Cultural (78º), à Cultura Física e ao Desporto (79º), a Alice acrescentaria, ahhh…, sem hesitação, ahhh…, talvez, ahhh…, sem dúvida que falta…, ahhh…, Direito a uma ligação à Internet e uma conta no Facebook, por exemplo…

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