terça-feira, 22 de janeiro de 2013

IRC e Fiscalidade, Novamente


“What a strange world we live in...Said Alice to the Queen of hearts”
Lewis Carroll, Alice in Wonderland

A Alice está à beira de um ataque de nervos!

Será que é a única a dar em doida com a quantidade de vezes que nos pedem o número de contribuinte para registar nas novas máquinas e programas sofisticados que o nosso Governo obrigou todos os pequenos e grandes negócios a comprar nesta rentrée de 2013?

Para quê perder tempo a dar o número de contribuinte, esperar que o operador o insira na máquina (e rezar para que não se engane e ter de começar novamente), ficar com o (mais um) papel, quando se gasta a luxuosa quantia de 60 cêntimos por um café ou 1 euro por um jornal?

Os coitados dos pequenos (ou grandes) comerciantes não têm alternativa, têm que cumprir a lei. Agora os clientes? Será que há alguém que se convença a passar por este calvário e a guardar zelosamente centenas de papéis para beneficiar da migalha de €18 mensais se reunir facturas de um valor total de €2.228. Mas alguém que nos dias que correm possa consumir €2.228 por mês está preocupado com €18? Traduzindo em cafés: para poder tomar um café por dia gratuitamente (18/0.6/30) terá que tomar 123 cafés por dia (2228/0.6/30)!...

Para além de ser incomodativo para o cliente, estas regras trazem outras desvantagens: (i) aumenta a burocracia e reduz a produtividade (pensem no tempo tomado a digitar números de contribuinte); (ii) não é amiga do ambiente (mais papel gasto); (iii) aumenta a ineficiência do estado (quem vai andar a controlar a informação adicional produzida por este sistema?); (iv) e, para a Alice o mais relevante, cria um precedente de controlo dos movimentos das pessoas que é inaceitável.

Já não há paciência!

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