A Alice desconhece o teor dos discursos
proferidos na Assembleia da República neste 25 de Abril. No entanto, uma coisa
é certa, os nossos políticos (todos sem excepção) podem hoje orgulhar-se de ter
feito cumprir a Constituição.
Com efeito, não só abriram o
caminho para uma Sociedade socialista, como já fizeram com que lá chegássemos!
Os contribuintes portugueses
pagam ao Estado mais de 50% dos proventos do seu trabalho. Os atentos leitores
da Alice só com muito esforço encontrarão um País socialista com maior
socialização dos rendimentos dos trabalhadores. Acreditem, nem na China!
O Estado centraliza cada vez mais
funções e intromete-se cada vez mais nas nossas vidas. Os exemplos abundam e só
não vê quem não quer ver.
A Assembleia da República, na sua
função última de expressão popular dos seus concidadãos, define a grelha da RTP
e glorifica o país rural (Salazar deve estar a dar voltas no túmulo).
O Ministério da Educação decide se,
quando e como as crianças devem pensar, ou se devem usar a máquina calculadora.
O ensino privado definha, pois muitos dos que optaram por dispensar a educação
estatal socializante deixaram de ter dinheiro para assumirem livremente as suas
opções.
O Banco de Portugal já dispunha
sobre as taxas máximas de remuneração que os bancos praticam nos depósitos
bancários. Agora foi a vez do Ministério da Economia (ou o das Finanças, a
Alice já nem sabe) decide intervir nos juros a serem cobrados pelos Bancos às
Empresas nacionais.
Tudo isto, claro, acompanhado das
devidas instruções ao Banco do Estado para despejar dinheiro nas Empresas
nacionais, financiando aquilo que os privados não estão dispostos a financiar.
Resta acrescentar, que este Banco já deu provas no passado de interpretar bem
aquilo que é o sentimento do povo e foi muito competente no exercício preferido
do Estado socialista de privatizar lucros e socializar prejuízos.
Mas não chega, o Governo quer
ainda mais um banco, ou uma instituição, ou uma agência, para poder pilotar,
ainda com mais autonomia, os destinos da nossa Economia. Esperemos que os
Empresários não se metam no seu caminho!
No seu afã de planeamento
económico a regra e esquadro, o Governo definiu 8 eixos e 16 sectores prioritários.
Se o Governo fosse uma pessoa, seria um Champalimaud ou um Américo Amorim, tal
a sua diversidade de interesses e estratégias.
Na defesa, mantêm-se indústrias
ociosas para podermos exibir ao mundo o poder da nossa decadência, como
qualquer bom regime socialista faz. Já fomos grandes navegadores e mantemos uma
indústria naval pujante, com Empresas como os ENVC, com mais de 700
trabalhadores, que fez nos últimos anos um ou dois navios asfalteiros.
O Estado até partilha das nossas pequenas alegrias, como ganhar o Euromilhões! As receitas nesta rúbrica deste jogador invisível, sem boletim, nem cruzinhas, têm subido! E sem sequer ter de registar o boletim nas longas filas de espera!
A Alice podia continuar o dia
todo a celebrar o 25 de Abril com estas Pérolas…
Viva a Constituição!
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