quinta-feira, 4 de abril de 2013

Em busca do pulmão exportador


Na sequência do post de ontem sobre a alienação e desmembramento da Cimpor, convém reflectir sobre o que é que Empresas como esta podem fazer para puxar pela economia Portuguesa. 

Nem de propósito, ontem o jornal espanhol Expansión publicou uma análise sobre a dimensão internacional das Empresas cotadas na Bolsa espanhola (IBEX). Este estudo conclui que 61% das receitas destas Empresas em 2012 foram originadas no exterior. 

O aumento de facturação fora de Espanha destas Empresas foi de 13% (para 290 mil milhões de Euros), o que compara com um crescimento de apenas 1,5% das mesmas Empresas no mercado interno. 

A experiência internacional das grandes empresas espanholas tem sido muito positiva, com destaque especial para Empresas como a Grifolds, Inditex, OHL, Abengoa, Tecnicas Reunidas, Abertis, Ferrovial, ACS, Santander, BBVA, Repsol e Telefónica. 

Estas grandes Empresas crescem internacionalmente, valorizam os seus recursos humanos, dando oportunidades de carreiras internacionais e puxam por outras Empresas relacionadas, sobretudo pelos seus fornecedores. 

Se olharmos para as maiores Empresas Portuguesas cotadas em bolsa a situação é precisamente inversa. O último número de que a Alice teve conhecimento apontava para um nível de actividade internacional da ordem dos 20%. 

Por muito que a Alice defenda as PMEs, é chegado o momento de fazer mexer a agulha com algum significado. Se queremos continuar a pugnar por maior crescimento nas exportações temos que apostar num trabalho sério e profundo com as maiores empresas nacionais, uma a uma, sector a sector, mercado a mercado, projecto de investimento a projecto de investimento. 

Andar só nos cenários macro, a discutir taxas de desemprego, taxas de juro, etc. não nos leva a lado nenhum. Temos que passar para um patamar mais micro, mas fazê-lo apostando nas Empresas com capacidade para mudar substantivamente os números. Exemplo disto é o grande investimento efectuado pela Galp que foi um dos grandes pulmões do crescimento das exportações em 2011 e 2012. É de mais pulmões destes que necessitamos.

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