quarta-feira, 24 de julho de 2013

Uma nova época se aproxima


A Alice sente-se como os adeptos de alguns clubes de futebol (sobretudo os sedeados na capital, com vista para a 2ª circular).

Não interessam as humilhações recentes infligidas pelo maior clube do País. Pouco contam os “fait-divers” que opuseram árbitros a jogadores, jogadores a treinadores, treinadores a dirigentes, etc., etc. Nada valem as estatísticas, que não mentem e que teimam em apontar probabilisticamente para o mesmo vencedor do costume (tristemente os adeptos dos clubes de futebol e os Portugueses em geral nunca foram muito bons a matemática).

O começo de uma nova época traz sempre renovadas esperanças. São as promessas dos treinadores e dirigentes; são as contratações milionárias; são as exibições internacionais contra equipas cirurgicamente seleccionadas para garantir o brilho inicial; são, em suma, desejos e boas intenções prontos a serem estilhaçados pelo choque com a dura realidade que se aproxima.

A Alice sente-se assim em relação ao novo Governo de Portugal.

Contratações de luxo. Compromissos de redenção. Promessas de compromissos. Tudo vai ser diferente e a diferença vai ser tudo!

A Alice torce para que assim seja e acredita com a mesma força da esperança dos tais adeptos futebolistas…

Chama, em todo o caso, a atenção para três questões que determinarão, em muito pouco tempo, o destino deste Governo;

1. Liderança: à semelhança do futebol, uma equipa sem liderança nem com o Cristiano Ronaldo e o Messi lá chega! Alguém tem de distribuir jogo, marcar as metas e assegurar que todos trabalham para o mesmo objectivo;

2. Avaliação da Troika: a próxima avaliação terá que passar também por uma renegociação das condições que estão actualmente estipuladas. Temos que passar a falar de reestruturação a sério e não de cortes a direito; o défice tem de ser a consequência e não a causa de todas as políticas; a dívida tem de ser financiada até o País ter condições para começar a pagar de volta; a fiscalidade tem de ter uma estratégia clara e potenciar a atracção de investimento.

3. Orçamento Estado: tem de reflectir o que for acordado com a Troika; as pessoas têm, acima de tudo, que sentir que os seus sacrifícios começam a valer a pena; não há outra forma que não seja reduzir a carga fiscal das pessoas.

E é tudo. Parece pouco mas, na realidade, é tanto! Conseguir ou não conseguir terá como consequência, respectivamente, sermos campeões de inverno ou descermos definitivamente de divisão antes do Natal.

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