Por regra a Alice recusa-se a ler artigos de opinião de políticos em funções.
No entanto, o título do artigo de opinião de João Teixeira Lopes (JTL) no Público do dia 16 de Novembro chamou a sua atenção e a Alice não resistiu à tentação.
O artigo é revelador quanto às consequências (ou, melhor dizendo, suas exigências para) do que JTL apelida de “união das esquerdas”.
A Alice vai passar por cima das frases sem qualquer sentido que povoam o discurso de JTL, para comentar as (poucas) ideias concretas que o artigo nos deixa.
É que, para além das frases circulares pejadas de adjectivos acusadores e de tiradas de contornos pseudo-literários de gosto duvidoso (“Por outras palavras, descer do reino dos céus à palpável realidade do quotidiano”), as ideias concretas que avança são apenas as seguintes:
- nacionalização de uma parte do sector financeiro;
- renegociação com a troika a partir da recusa do actual memorando e da exigência de não pagar a componente ilegítima da dívida acumulada na espiral de extorsão dos rendimentos dos trabalhadores através de juros hiperbólicos (ele escreveu mesmo isto?, estarão os leitores da Alice a perguntar; escreveu sim!);
- reposição da legislação laboral destruída para facilitar e embaratecer despedimentos.
E é isto. Tudo o resto não passa de uma verborreia mais talhada para um romance de cordel (barato) do que para um artigo de opinião num jornal de referência (onde andava o Provedor do Leitor?).
A única virtude deste artigo é ficar patente o quão perigosas são as ideias “destas esquerdas” e o quão importante é mantê-las afastadas do poder. A Alice espera que António José Seguro também tenha lido este artigo.
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