terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

TAP, RTP, CGD, etc. - Privatizações e Confusões


A Alice está bastante baralhada com as estas privatizações, que avançam e recuam, e com as confusões que se sucedem a uma velocidade vertiginosa.

Tão rápido o Governo anuncia que não vai privatizar a TAP (porque o comprador fugiu a 7 pés) nem a RTP (ainda está por saber onde param os inúmeros interessados e porque foi decidido não vender), como anuncia que vai injectar €100 milhões numa e €42 milhões na outra.

Notem bem bem o preciosismo, na RTP não são €40 nem €45, são €42! Comunicação feita no dia em que se anuncia que não há privatização! Dir-se-á que deve ter havido um trabalho extenuante para chegar a tão preciso número.

No caso da TAP, nem vale a pena discutir. A Alice está segura de que o trabalho de análise foi feito com igual empenho e rigor. O número devia ser para aí €82 milhões mas Fernando Pinto, que já cá anda há uns anos, achou por bem arredondar, só pela via das dúvidas.

A CGD já nem é notícia. No ano passado, em aumento de capital, foram só €750 milhões.

Tudo isto decidido sem explicações. Nem um "porque é necessário o dinheiro...", nem sequer um "o que vão fazer com o dinheiro...", nem tão pouco um "quando é que o vamos recuperar...", ou "o que sucede a seguir...".

Espero que todos os que acham que Portugal precisa de ter uma companhia aérea de bandeira, serviço público de televisão e um banco público (etc. não vou perorar relativamente a muitas outras que aparecem pouco no "radar"), tudo detido, gerido e financiado pelo Estado, tenham consciência que este é dinheiro nosso.

E depois temos as confusões...

São muitas... A Alice pretende, no entanto, centrar-se apenas nas, sempre tão edificantes, discussões salariais.

TAP, RTP e CGD tiveram muita dificuldade no passado em aplicar as directivas de reduções salariais impostas pela Troika e Governo a todas as Empresas públicas. Explicam que estão em mercados concorrenciais, que é muito difícil reter os trabalhadores e evitar que fujam para Empresas concorrentes. Em que ficamos então? São públicos para receber dinheiro do Estado mas privados para pagarem salários aos trabalhadores?

O caso da CGD é ainda mais caricato e demonstrativo da incompetência que reina por aqueles lados. Dizem que podem cortar noutras despesas antes de cortarem os salários. Nunca ninguém lhes ousou sugerir que  cortem nos dois lados ou que, se sabiam que podiam cortar noutras despesas, o tivessem feito mais cedo?

O Governo tem demasiados problemas para poder dar-se ao luxo de perder o seu tempo com estas tarefas que não acrescentam qualquer valor ao País. A única forma é Privatizar, o mais rapidamente possível, e da melhor forma possível. Atirar dinheiro para os problemas não os vai resolver, fazer de conta que eles não existem também não.

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