quinta-feira, 11 de abril de 2013

Vendam o Ouro!


A Alice gosta muito de uma frase de Tom Jobin que traduz bem a ideia subjacente ao presente post: “O dinheiro não é tudo. Não se esqueça também do ouro, os diamantes, da platina e das propriedades.” 

De acordo com notícias vindas ontem a público, Chipre foi autorizado a vender as suas reservas de ouro como forma de financiar parcialmente o seu buraco financeiro. São cerca de 10 toneladas que renderão €400 milhões. 

Ora, Portugal dispõe de 380 toneladas de ouro o que, trocado em patacos, daria cerca de €15.000 milhões. O suficiente para reduzir em cerca de 5% a dívida pública ou, em alternativa, financiar as necessidades da República para o corrente ano sem ser necessário qualquer resgate adicional. 

Os Governos estão limitados na sua liberdade para alienar o ouro, a bem da estabilidade do Euro. No entanto, caso fosse outro Banco Central da Europa a comprar (por exemplo o Bundesbank) ou, no limite, o BCE tal não comprometeria em nada a estabilidade da moeda. 

Para além de ajudar financeiramente Portugal, daria um sinal claro à Europa e ao Mundo do comprometimento da Europa na ajuda a Portugal, sem favores desprestigiantes para o País (como um segundo resgate será visto). 

Uma segunda opção seria autorizar Portugal a emitir dívida com colateral do próprio ouro (gold-linked bonds). Esta garantia certamente permitiria a emissão em condições de taxa de juro muito favorável. Não resolvia o problema de redução da dívida pública mas resolvia o problema do financiamento imediato da República, obviando o tal segundo resgate. 

Como já aqui foi dito a propósito de um outro post, estamos em altura de soluções não convencionais e esta é certamente uma delas que, para além de tudo mais, tem a virtualidade de mostrar ao mundo que a Europa tem os seus interesses devidamente alinhados com todos os Países que atravessam dificuldades.

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