Lisboa foi eleita pela prestigiada revista Americana Entrepreneur como uma das nove cidades do mundo mais interessantes para lançar Empresas tecnológicas. São excelentes notícias para quem precisa de captar investimento e atenção do mundo dos negócios.
As restantes seleccionadas foram: Amsterdão, Bangalore, Bogotá, Dublin, Nairobi, São Petersburgo, Estocolmo e Toronto.
No sentido de reforçar o posicionamento de Lisboa nesta lista e, quem sabe, tentar colocar mais algumas cidades Portuguesas no "radar" (o meu Porto, pelo menos) importa reflectir sobre as razões que precederam a estas escolhas.
1.População qualificada / Ligação a Universidades
É o caso de Bangalore que atrai todas as pessoas tecnologicamente qualificadas na India e que querem seguir carreiras em Start-ups de tecnologia. No campo da ligação às Universidades temos ainda São Petersburgo (University of telecommunications), Estocolmo (Stockholm School of Entrepreneurship) e Toronto (Institute of Quantum Computing).
2. Acesso a Fundos de Investimento (especialmente internacionais) e incubadoras/aceleradoras
Neste campo a oferta nestas cidades é muito vasta. Temos um bom exemplo em Bangalore (Kyron Accelerator), alicerçado em investidores internacionais e em Toronto (Communitech), onde já se financiaram mais de 1000 Empresas que vieram a gerar receitas de $30Bi. Outro exemplos: iHub e NaiLab em Nairobi, Ontario Emerging Technology Fund, também em Toronto e a Incubator Ingria (São Petersburgo).
3. Fiscalidade
Dublin leva o pódio nesta matéria (IRC de 12,5%), que lhe permite atrair multinacionais como a Google, LinkedIn, Facebook, Yahoo, etc. que, por sua vez, necessitam de quadros qualificados e de outras Empresas de tecnologia à sua volta. Amsterdão também classifica bem nesta variável.
4. Pouca burocracia e baixos custos
Bogotá é a campeã da região no tempo necessário para criar Empresas, cerca de metade da média de toda a América Latina e Caraíbas! Também oferece custo de vida baixo, para Empresas e seus quadros. Amsterdão, Nairobi e Bogotá também classificam bem nesta variável.
5. Eventos/Instituições que promovem o empreendedorismo
Este tipo de iniciativas contribuem para atrair pessoas qualificadas e posicionar as cidades como "Business Friendly". Start-up Festival (Bangalore) e Web Ready Conference (São Petersburgo) são excelentes exemplos de eventos. Associações não-lucrativas como a Appsterdam (Amsterdão) e a Câmara de Comércio de Bogotá têm também um contributo importante na atractividade das respectivas cidades.
Lisboa integrou a lista pelo tempo e pela comida (claro!) mas também mereceu um grande destaque a existência da Start-up Lisbon, uma incubadora criada pelo Município de Lisboa, pelo Montepio e pelo IAPMEI que tem conseguido captar um leque de Empresas muito interessante e a Portugal Ventures (que não é só para Lisboa, mas os Americanos não sabem...), com Fundos de Investimento que totalizam €600M (embora a maior parte esteja já investido).
Se já temos o mais difícil (bom tempo e boa comida não se criam por decreto nem se compram com dinheiro), podemos criar condições para sermos muito atractivos para Start-ups. O velho sonho de sermos o Sillicon Valley da Europa é alcançável. A Alice sugere as seguintes áreas de actuação prioritária:
- Fiscalidade, fundamental para atrair multinacionais e quadros qualificados;
- Programas que potenciem a passagem de "know-how" das Universidades para as Empresas e "Spin-offs" Universitários;
- Redução da burocracia nos primeiros anos de vida das Empresas;
- Busca de uma área de especialização científica que possa servir como pólo de atracção internacional (à semelhança do que já hoje é a Fundação Champalimaud na sua área).
Tudo coisas que exigem apenas determinação, foco e alguma sensibilidade para aquilo que estas Empresas necessitam. Está ao nosso alcance!
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