quarta-feira, 8 de maio de 2013

CGD – Tudo que vem à rede é peixe?


A Alice tem seguido com atenção a novela do processo de insolvência da Pescanova na vizinha Espanha. 

A história é rocambolesca porque envolve manobras contabilísticas pouco claras, projectos megalómanos, participadas em vários países, CEO a vender acções meses antes da bomba explodir e dificuldade em saber exactamente de quanto é a dívida bancária do Grupo. As acções da Empresa encontram-se suspensas na Bolsa de Madrid e a CMVM Espanhola está a investigar o caso à séria. 

Qual não é o espanto da Alice ao saber pela imprensa da especialidade que a nossa CGD (sim, porque ela também é um pouco minha) só será o quarto maior credor da Pescanova (disseram bem, 4º?) e o maior credor internacional (?), com uma exposição estimada de €120 milhões. Autch! Não é “swap”, mas dói na mesma! 

Porque será que, quando se fala em Bancos cá dentro a ganhar dinheiro à grande e à nossa custa, com os swaps, são sempre os Goldman Sachs, os JP Morgans e os Deutche Banks que aparecem e quando se fala em Bancos lá fora a perder dinheiro à grande e à nossa custa são sempre as CGDs e BPNs e outros que tais? 

Será isto o fado? Se não é, pelo menos existe! E é triste!

A Alice já questionou aqui (CGD na alta finança internacional) as histórias muito mal contadas da exposição internacional da CGD. É os financiamentos em Espanha (a próxima bomba será a La Seda), as PPPs na Grécia, o banco no Brasil e, certamente, muitas outras mais que hoje desconhecemos. Onde e quando será que isto vai parar? 

Há três considerações importantes a fazer: 

(i) Já não deu para perceber que esta gente é completamente incompetente para gerir operações internacionais (e as nacionais tenho algumas dúvidas…)? 

(ii) Qual a razão para, num momento de aperto de liquidez no País, termos tanta exposição internacional num banco como a CGD, supostamente para apoiar a economia nacional? 

(iii) Como é que alguém ainda pode querer criar mais um banco ou uma agência, ou o que quer que seja? 

Consta que um deputado do PSD enviou uma carta ao Ministro das Finanças com um conjunto de considerandos e questões sobre estes financiamentos. Infelizmente, já vai tarde. O que a Alice julga ser importante saber é a dimensão, natureza e contrapartes da exposição internacional que a CGD tem. E dar-lhes até ao fim do ano para se desfazerem de tudo. Se for preciso encerrar Bancos no estrangeiro, então seja… Manter esta vergonha é que é inaceitável!... E caro!… 

Sem comentários: