quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Triste democracia temos



As televisões nacionais decidiram passar a cumprir uma lei já antiga que as obriga a tratar todas as candidaturas eleitorais por igual.

Compreende-se. As leis são para cumprir e o tempo em que a concorrência saudável entre elas levou a que, há uns anos, uma estação tenha revelado uma sondagem antes do encerramento das urnas terminou. Hoje as televisões não ganham para pagar as multas da CNE!

Com centenas de municípios e milhares de freguesias, é humana e materialmente impossível estar em todas. Com a proliferação de candidaturas independentes, então, a tarefa torna-se ciclópica e financeiramente ruinosa.

Todos sabemos da importância das televisões na informação e esclarecimento dos nossos concidadãos. Infelizmente, os jornais têm uma diminuta expressão e as redes sociais ainda são um anátema para o cidadão médio.

Acabar com esta fonte de informação é dar mais poder aos instalados, nomeadamente partidos e figuras públicas mais conhecidas, e aos ricos, com capacidade económica para financiar espectaculares campanhas publicitárias (quem disse que os políticos se vendem como sabonetes não foi o director de uma televisão?). É a ditadura democrática dos instalados e dos ricos.

Isto num contexto em que, pelo aparecimento de candidaturas independentes com fôlego político (no Porto, por exemplo), estavam criadas as condições para que estas eleições fossem as mais interessantes de sempre.

Com efeito, a Alice considera que estas eleições têm suscitado mais debate (local, mas também nacional) e são mais interessantes do que quaisquer outras realizadas nos últimos 10 anos. Claro que a “tourada” dos candidatos “dinossauros” ajudou, mas o fenómeno dos candidatos independentes (mais ou menos dependentes) acrescentou alguma frescura e novidade à contenda.

A busca cega pela igualdade dá nisto. Ficamos todos mais iguais e todos mais mal informados. Espero que tal não signifique que tomemos decisões erradas para o País!

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